sábado, 15 de outubro de 2011

Lêmure


   Lêmure refere-se a qualquer espécie da infra-ordem Lemuriformes, todas elas arborícolas, de hábitos noturnos, endémicas da ilha de Madagascar. Assemelham-se aos símios, no aspecto e nos hábitos, mas são dotados de focinho que lembra o da raposa, grandes olhos, pêlo lanoso, muito macio, e cauda geralmente longa e peluda, nunca preênsil.
   A palavra lémure deriva do latim "lemures", que significa "espírito(s) da noite" ou "fantasma(s)" e deve-se provavelmente ao fato de estas criaturas serem brancas e noctivagas, perambulando pela noite e fazendo os seus chamamentos.
   Os lêmures só são encontrados na ilha de Madagascar e em algumas pequenas ilhas circundantes como as Comores. Indícios fósseis indicam que eles atravessaram o mar após Madagascar se ter separado de África. Enquanto que os seus antepassados competiam com macacos e outros primatas, os lêmures estavam a salvo, sem qualquer tipo de competição, e por isso diferenciaram-se numa grande quantidade de espécies.
   Os lêmures podem ir dos 30 gramas aos 10 kg. As maiores espécies, algumas das quais pesavam mais de 240 kg, extinguiram-se desde que os humanos se estabeleceram em Madagáscar. As espécies menores são noctívagas enquanto as maiores são diurnas.
   As espécies pequenas Cheirogaleoidea alimentam-se de frutos, folhas, brotos, néctar, insectos, pequenos vertebrados e ovos roubados de outros animais. Os resto das espécies Lemuroidea são essencialmente herbívoros, embora possam complementar a dieta com insectos.
   Os lêmures possuem polegares oponíveis, mas as suas caudas não são preênseis. Têm unhas em vez de garras e visão a cores limitada.
   Ao contrário do resto dos primatas, os lêmures vivem numa sociedade matriarcal.

@romulusmota

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Capivara


   Encontrada em certas áreas das Américas do Sul e Central, próximo a rios e lagos, a capivara é o maior roedor herbívoro do mundo. Alimenta-se de capins e ervas, comuns em várzeas e alagados, e pode chegar a pesar até 80 kg.
   É uma excelente nadadora, tendo inclusive pés com pequenas membranas. Ela se reproduz na água e a usa como defesa, escondendo-se de seus predadores. Ela pode permanecer submersa por alguns minutos. A capivara também é conhecida por dormir submersa com apenas o focinho fora d'água.
   No Pantanal, seus principais períodos de atividade são pela manhã e à tardinha, mas em áreas mais críticas podem tornar-se exclusivamente noturnas. Nas décadas de 60 e 70 as capivaras foram caçadas comercialmente no Pantanal, por sua pele e pelo seu óleo que era considerado como tendo propriedades medicinais. Estudos posteriores indicam que pode haver, no mínimo, cerca de 400 mil capivaras em todo o Pantanal.
   A capivara, como animal pastador, utiliza a água como refúgio, e não como fonte de alimentos, o que a torna muito tolerante à vida em ambientes alterados pelo homem: tornou-se famoso o caso da "capivara da lagoa", que viveu durante meses no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas na área urbana do Rio de Janeiro, assim como é notória a presença de capivaras em partes dos rios Tietê e Pinheiros, em plena São Paulo, apesar do altíssimo índice de poluição destes rios.
   Nas regiões ao longo do Rio Paraná no sul do Brasil e norte da Argentina, as capivaras são freqüentemente capturadas e aprisionadas para criações em cativeiro ou para serem abatidas como carne de caça.
   Entretanto, no Brasil, esta prática tem de ser precedida de projeto e licenciada pelos órgãos de controle ambiental sob pena de configurar crime ambiental, já que a capivara é uma espécie protegida por lei.
   Existem estudos para sua criação em cativeiro visando a produção de carne como substituto à caça predatória, mas ainda há poucos resultados práticos nesse sentido. Sua carne tem sabor próximo ao do porco e é mais magra porém com um sabor mais picante.

@romulusmota